E no fim,
quando tudo era ausência da esperança,
a cidade voltou para o seu lugar
As ruas deitaram nas ruas
As buzinas pousaram nos carros
O arranha-céu afiou as suas unhas
As livrarias ficaram repletas de livros novos
O barbeiro voltou para as navalhas e formatos
As marmitas tiraram férias
Os sonhos voltaram a desafiar o cinza da cidade
Os poetas voltaram para o lugar sem rosto
A solidão voltou para o meu peito,
não aquela outra que enclausurava,
mas aquela companheira de cela
As palavras foram visitar os parentes,
agora,
no fim
Eu posso ficar em casa,
como sempre fiquei,
mas em paz
Aglomerados, Organizado por Alê Magalhães
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