Se em folhagem de poema me catais anacolutos é vossa a fraude. A gema não desce a sons prostitutos. O saltério, diletante, fere a Musa com um jasmim? Só daí para diante da busca estará o fim. Aberta a porta selada, sou pensada já não penso. Se a Musa fica calada como dizer o silêncio? …
Categoria: Natália Correia
Natália Correia – Auto-retrato
Espáduas brancas palpitantes: asas no exílio dum corpo. Os braços calhas cintilantes para o comboio da alma. E os olhos emigrantes no navio da pálpebra encalhado em renúncia ou cobardia. Por vezes fêmea. Por vezes monja. Conforme a noite. Conforme o dia. Molusco. Esponja embebida num filtro de magia. Aranha de ouro presa na teia …
Natália Correia – A defesa do poeta
Senhores juízes sou um poeta um multipétalo uivo um defeito e ando com uma camisa de vento ao contrário do esqueleto. Sou um vestíbulo do impossível um lápis de armazenado espanto e por fim com a paciência dos versos espero viver dentro de mim. Sou em código o azul de todos (curtido couro de cicatrizes) …
Natália Correia – Falavam-me de amor
Quando um ramo de doze badaladas se espalhava nos móveis e tu vinhas solstício de mel pelas escadas de um sentimento com nozes e com pinhas, menino eras de lenha e crepitavas porque do fogo o nome antigo tinhas e em sua eternidade colocavas o que a infância pedia às andorinhas. Depois nas folhas secas …