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Auta de Souza

Auta de Souza

Auta de Souza – Agonia do coração

auta de souza

Estrelas fulgem da noite em meio
Lembrando círios louros a arder…
E eu tenho a treva dentro do seio…
Astros! velai-vos, que eu vou morrer!

Ao longe cantam. São almas puras
Cantando á hora do adormecer…
E o eco triste sobe ás alturas…
Moças! não cantem, que eu vou morrer!

As mães embalam o berço amigo,
Doce esperança de seu viver…
E eu vou sozinha para o jazigo…
Chorai, crianças, que eu vou morrer!

Pássaros tremem no ninho santo
Pedindo a graça do alvorecer…
Enquanto eu parto desfeita em pranto…
Aves, suspirem, que eu vou morrer!

De lá do campo cheio de rosas
Vem um perfume de entontecer…
Meu Deus! que mágoas tão dolorosas…
Flores! Fechai-vos, que eu vou morrer!

Auta de Souza, Horto

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Auta de Souza

Auta de Souza – À minha avó

auta de souza

Minh’alma vai cantar, alma sagrada!
Raio de sol dos meus primeiros dias…
Gota de luz nas regiões sombrias
De minha vida triste e amargurada.

Minh’alma vai cantar, velhinha amada!
Rio onde correm minhas alegrias…
Anjo bendito que me refugias
Nas tuas asas contra a sina irada!

Minh’alma vai cantar… Transforma o seio
N’um cofre santo de carícias cheio,
Para este livro todo o meu tesouro… –

Eu quero vê-lo, em desejada calma,
No rico santuário de tu’alma…
– Hóstia guardada n’um cibório de ouro! –

Auta de Souza, Horto

Auta de Souza

Auta de Souza – À alma de minha mãe

auta de souza

Partiu-se o fio branco e delicado
Dos sonhos de minh’alma desditosa…
E as contas do rosário assim quebrado
Caíram como folhas de uma rosa.

Debalde eu as procuro lacrimosa,
Estas doces relíquias do Passado,
Para guardá-las na urna perfumosa,
Do meu seio no cofre imaculado.

Aí! se eu ao menos uma só pudesse
D’estas contas achar que me fizesse
Lembrar um mundo de alegrias doidas…

Feliz seria… Mas minh’alma atenta
Em vão procura uma continha benta:
Quando partiste m’as levaste todas!

Auta de Souza, Natal

Auta de Souza

Auta de Souza – Canção Materna

auta de souza

Filho do coração, além das dores
Da cruz de pranto que te dilacera,
Fulge, sublime, excelsa primavera
Ao sol do amor de todos os amores.

Agradece os espinhos e amargores
Em que te afliges sob a longa espera…
E lançando ao futuro a alma sincera,
Vara, gemendo, os trilhos redentores.

Chora, louvando as lágrimas doridas
Que nos lavam as sombras de outras vidas
Como forças de imensa tempestade…

Trabalha, serve e crê, ama e confia
E ascenderás à glória da alegria
No coração de luz da Eternidade.

Auta de Souza, Francisco Cândido Xavier Ditado pelo Espírito Auta de Souza

Auta de Souza

Auta de Souza – Sigamos juntos

auta de souza

Enxuga o pranto que te molha o rosto,
Emudece a revolta e vem comigo
Para o vale onde a noite abre o postigo
Da vida que respira a contragosto.

Fita o rude semblante descomposto
Dos que sonham debalde um peito amigo,
A solidão, a fome, o desabrigo,
O assombro e o desespero do desgosto…

Ampara a multidão ansiosa e tarda,
A desfazer-se em sombra áspera e fria,
Dos corações no fel da retaguarda.

Semeia a caridade humilde e franca
E esquecerás a mágoa que te espanca
Por transformá-la em bênção de alegria.

Auta de Souza, Francisco Cândido Xavier Ditado pelo Espírito Auta De Souza