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Emily Brontë

Emily Brontë

Emily Brontë – O Vento da noite

Emily Brontë

À meia-noite de verão, mole como um fruto maduro,
A lua sem véus lançou a sua luz
Pela janela aberta do parlatório,
Através dos rosais onde o orvalho chovia.

Sentada e perseguindo o meu sonho de silêncio,
A doce mão do vento brincava em meus cabelos
E sua voz me contava as maravilhas do céu.
E a terra era loura e bela de sono.

Eu não tinha necessidade do seu hálito
Para me elevar a tais pensamentos,
Mas um outro suspiro em voz baixa me disse
Que os negros bosques são povoados pelas trevas.

A folha pesada, nas águas da minha canção,
Escorre e rumoreja como um sonho de seda;
E ligeira, sua voz miriápode caminha,
Dir-se-ia levada por uma alma fagueira.

E eu lhe dizia: “Vai-te, doce encantador.
Tua amável canção me enaltece e me acaricia,
Mas não creio que a melodia desta voz
Possa jamais atingir o meu espírito.

Vai encontrar as flores, as tuas companheiras,
Os perfumes, a árvore tenra e os galhos débeis;
Deixa meu coração mortal com suas penas humanas,
Permite-lhe escorrer seguindo o próprio curso.”

Mas ele, o Vagabundo, não me queria ouvir,
E fazia seus beijos ainda mais ternos,
Mais ternos ainda os seus suspiros: “Oh, vem,
Saberei conquistar-te apesar de ti mesma!

Dize-me, não sou o teu amigo de infância?
Não te concedi sempre o meu amor?
E tu o inutilizavas com a noite solene,
Cujo morno silêncio desperta minha canção.

E quando o teu coração achar enfim repouso,
Enterrado na igreja sob a lousa profunda,
Então terei tempo para gemer à vontade,
E te deixarei todas as horas para ficar sozinha…”

Emily Brontë, O vento da noite

Anne Brontë Charlotte Brontë Emily Brontë

Charlotte, Emily & Anne Brontë – Vida

Charlotte, Emily & Anne Brontë

A vida, acredite, não é um sonho.
Nem escura como dizem os sábios.
Muitas vezes uma pequena chuva matinal,
Antevê um dia agradável.
Às vezes, há nuvens de tristeza,
Mas tudo isso é transitório.
Se o banho fizer florescer as rosas,
Por que lamentar sua queda?
Rápido, alegremente.
As horas soalheiras da vida passam.
Gratamente, alegremente.
Aproveite-os enquanto voam!
Mas o que acontece quando a Morte às vezes entra,
E chama nosso melhor para longe?
O que, embora a tristeza pareça ganhar da esperança,
Um balançar pesado?
Mais uma vez, a esperança,
Como molas elásticas,
Inconquistada, embora ela caísse.
Ainda flutuantes são suas asas douradas,
Ainda forte para nos suportar bravamente.
De forma humana, sem medo.
O dia do julgamento,
Por gloriosa e vitoriosamente,
Pode a coragem sufocar o desespero!


Charlotte, Emily & Anne Brontë, Poemas Brontë: Poemas de Charlotte, Emily & Anne Brontë