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Léo Lynce

Léo Lynce

Leo Lynce – Na estação da roça

Léo Lynce

— Lá vem o trem…
Ninguém apeia
na Estação da roça.
Quer harmonia de face!
Que lindos olhos de brasileira
numa janela de primeira classe!
Na curva, adiante, o trem arqueia,
e uma luva de pelica
— tributo da simpatia de um minuto —
sacode adeuses para alguém que fica…
triste e sozinho, na Estação da roça…

Foi, talvez, a felicidade que passou…

Léo Lynce, Poesia quase completa

Léo Lynce

Léo Lynce – Falando ao coração

Léo Lynce

Não creias nela, coração, não creias nela.
Esquece a meiga voz, o doce encanto
Dessa mulher que esconde, assim tão bela,
A falsidade num doirado manto.

Não creias nessa gota que lhe estrela
A face, desconfia desse pranto.
Toma cuidado e foge da procela
A que te arrasta da sereia o canto.

Essa mulher te foi perjura e ingrata,
Esquece-a, coração, sê mais altivo
Ante a beleza que te avilta e mata;

Assim falei ao coração covarde;
Mas ele, o pobre, o mísero cativo,
Sentidamente respondeu-me: – É tarde.

Léo Lynce, Poesia quase completa