O museu triste da rainha Há um, dois, três anos já se abriu. Bêbada e louca a turba ainda se apinha… Ela espera no túmulo sombrio. Jaz na sinistra caixa De vidro, nem morta nem viva. Sobre ela a multidão saliva Palavras torpes em voz baixa. Ela se estende preguiçosamente No sono eterno a que …
Categoria: Aleksandr Blok
Aleksandr Blok – Do ciclo versos sobre a bela dama
No templo de naves escuras, Celebro um rito singelo. Aguardo a Dama Formosura À luz dos velários vermelhos. À sombra das colunas altas, Vacilo aos portais que se abrem. E me contempla iluminada Ela, seu sonho, sua imagem. Acostumei-me a esta casula Da majestosa Esposa Eterna. Pelas cornijas vão em fuga Delírios, sorrisos e lendas. …
Alexander Blok – Fábrica
No prédio há janelas citrinas E à noite – quando cai a noite, Rangem aldravas pensativas, Homens aproximam-se afoitos. E os portões fechados, severos; Do muro – do alto do muro, Alguém imóvel, alguém negro Numera os homens sem barulho. Eu, dos meus cimos, tudo ouço: Ele os chama, com voz de aço, Costas curvas, …