Navegando pela Categoria

Allan Dias Castro

Allan Dias Castro

Allan Dias Castro – Paciência

Allan Dias Castro

Aquele que espera uma última chance
Já desistiu.
Só quem construiu algo na vida
Sabe que nada nasce pronto.
E este é o ponto:
É preciso recomeçar várias e várias vezes.
E a cada vez que você não para,
O tempo faz da espera, experiência.
E o caminho?
É passo a passo e paciência.

Toda história de desistência
É como um livro sem as páginas finais.
Pra que o último capítulo não se chame “quase”,
Você vai ter que escrever mais.

Pra não ficar o resto da vida contando que quase foi,
Que quase voltou
E quando foi voltar, já não dava pra ir.
Não é insistir numa última chance.
É continuar tentando
Até conseguir.
Eu prefiro os nãos de cada tentativa do passado
A uma única desculpa como justificativa
De não ter tentado.

Então vire essa página do “quase”
E troque o peso do arrependimento
Pela leveza das folhas em branco.
Se a sua história não acabou como você gostaria,
Que o ponto final seja uma interrogação.
Vamos recomeçar?
Assim, lá no fim, o que conta é a sua vontade.
Não é a última chance,
São muitas possibilidades.

Allan Dias Castro, A monja e o poeta

Allan Dias Castro

Allan Dias Castro – O mar ensina

Allan Dias Castro

É preciso remar.
O mar ensina:
Paciência aos que têm pressa,
Equilíbrio aos que já caíram,
Mas não deixaram de remar.

Para ganhar o mar,
É preciso perder o medo
E manter o respeito.

Mas é preciso remar.
O mar ensina:
É possível encontrar
A liberdade entre suas correntes.

Mas é preciso remar.
O mar ensina:
A maré de sorte só chega para quem
Entende que os ventos mudam de direção
E por isso não deixa de remar,
Porque ninguém aprende
A nadar na areia.

O mar ensina.
Mas é preciso remar.
Eu só peço fôlego
Para vencer a arrebentação
E entender que isso não significa
Competir com o mar.

Fôlego!
Para receber o mar.
Basta perceber a entrada, pedir licença
E aí, sim, ser recebido pelo mar aberto.

Fôlego!
Para lembrar que ondas e lágrimas
São feitas de água salgada.
Fôlego!
Para transformar tristeza em mar.

E se o caminho for longo?
Fôlego!
Para remar na volta.
Fôlego!
Para voltar a remar.

Allan Dias Castro, A monja e o poeta

Allan Dias Castro

Allan Dias Castro – Seja areia, ou seja amor

Allan Dias Castro

Se tudo que a gente planejou tivesse dado certo,
Muitos dos nossos melhores momentos não teriam acontecido.
Trocar frustração por aprendizado
É entender que todo plano que dá errado
Mostra um caminho que não foi escolhido.

Ou a gente aprende a ver por outro lado,
Ou passa a vida reclamando que está perdido
Pelo simples fato de os rumos terem mudado.

É que a gente anda tão ocupado
Que talvez tenha esquecido:
A mudança é a única certeza.
Que venham as boas surpresas
Porque estar vivo é ser surpreendido.

Deixa o tempo decidir o que vai passar,
Quantos planos são castelos em frente ao mar,
Quantas certezas vão desabar.

A ilusão é levar a sério demais
O para sempre ou o nunca mais.
Aproveite o durante.
Ele dura o que for
Seja areia, ou seja amor.

Allan Dias Castro, Monja Coen, A monja e o poeta

Allan Dias Castro

Allan Dias Castro – Álbum de estrelas

Allan Dias Castro

Toda foto é um adeus
Transformado em até breve,
Pois não há tempo que leve
Este eterno nunca mais.

Como estrelas que vão para o céu
Quando morrem a cada dia,
Em um ciclo de nostalgia
À noite tornam-se imortais.

Se a saudade é a lembrança
Que está presa na ampulheta
A cada instante obsoleta,
O tempo insiste em esquecê-la.

Eu procuro sempre o brilho
Nas pessoas, nos lugares.
E para que nada nos separe
Fotografo sua estrela.

Allan Dias Castro, Monja Coen, A monja e o poeta

Allan Dias Castro

Allan Dias Castro – Só por hoje

Allan Dias Castro

Eu quero trocar a ansiedade de tentar viver cada dia como se fosse o último
pela tranquilidade de viver só por hoje.

Viver só por hoje
Me fez parar de desperdiçar o tempo de um sorriso
Me perguntando quando a felicidade vai chegar.
Viver só por hoje
É não adiar a oportunidade que cada dia nos dá.

Vivendo só por hoje,
Sem desespero,
Cada dia não é o último,
É o primeiro.

Quando a gente quer falar que uma pessoa é especial,
Mas fica à espera da data ideal,
É como se, para viver o presente,
Precisasse esperar o Natal.

A saudade não morre de velha,
Mas se mata num dia: hoje.
Não quero ter que descobrir uma doença rara
Para só então me curar da monotonia.

Só por hoje vou tomar uma atitude,
Me tornar uma pessoa melhor,
Seja lá o que isso signifique.
Me livrar do peso de anos
Admitindo um erro, problema,
Pedindo desculpa, pedindo ajuda,
Ou ajudando a mim mesmo,
Trocando a mania de dizer sim sem vontade
Pela sinceridade.

Quem vive à espera de um final feliz
Adia a felicidade que sempre quis.
O agora é assim: ser feliz, e fim.

Essa consciência
Nos traz de volta pra casa,
Porque, às vezes, é a urgência
Que nos consome e nos atrasa.

Já temi correr o risco
De morrer de velho
Sem ter vivido o bastante,
Mas entendi que a vida
Não é depois nem foi antes.

A vida não dura para sempre, é durante.
Quem tem apenas um instante
Para mudar uma vida inteira
Já tem tempo bastante.

É preciso dizer “Chega!”
Para chegar ao dia de hoje
Deixando, a cada passo, o passado,
Pois quem passa a vida planejando
Não tem tempo de viver os planos.

A gente só precisa lembrar disto agora
E não esquecer amanhã:
Vamos viver só por hoje
Para que seja por muitos anos.

Allan Dias Castro, A monja e o poeta, Monja Coen