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Allan Dias Castro

Allan Dias Castro

Allan Dias Castro – Seja areia, ou seja amor

Allan Dias Castro

Se tudo que a gente planejou tivesse dado certo,
Muitos dos nossos melhores momentos não teriam acontecido.
Trocar frustração por aprendizado
É entender que todo plano que dá errado
Mostra um caminho que não foi escolhido.

Ou a gente aprende a ver por outro lado,
Ou passa a vida reclamando que está perdido
Pelo simples fato de os rumos terem mudado.

É que a gente anda tão ocupado
Que talvez tenha esquecido:
A mudança é a única certeza.
Que venham as boas surpresas
Porque estar vivo é ser surpreendido.

Deixa o tempo decidir o que vai passar,
Quantos planos são castelos em frente ao mar,
Quantas certezas vão desabar.

A ilusão é levar a sério demais
O para sempre ou o nunca mais.
Aproveite o durante.
Ele dura o que for
Seja areia, ou seja amor.

Allan Dias Castro, Monja Coen, A monja e o poeta

Allan Dias Castro

Allan Dias Castro – Álbum de estrelas

Allan Dias Castro

Toda foto é um adeus
Transformado em até breve,
Pois não há tempo que leve
Este eterno nunca mais.

Como estrelas que vão para o céu
Quando morrem a cada dia,
Em um ciclo de nostalgia
À noite tornam-se imortais.

Se a saudade é a lembrança
Que está presa na ampulheta
A cada instante obsoleta,
O tempo insiste em esquecê-la.

Eu procuro sempre o brilho
Nas pessoas, nos lugares.
E para que nada nos separe
Fotografo sua estrela.

Allan Dias Castro, Monja Coen, A monja e o poeta

Allan Dias Castro

Allan Dias Castro – Só por hoje

Allan Dias Castro

Eu quero trocar a ansiedade de tentar viver cada dia como se fosse o último
pela tranquilidade de viver só por hoje.

Viver só por hoje
Me fez parar de desperdiçar o tempo de um sorriso
Me perguntando quando a felicidade vai chegar.
Viver só por hoje
É não adiar a oportunidade que cada dia nos dá.

Vivendo só por hoje,
Sem desespero,
Cada dia não é o último,
É o primeiro.

Quando a gente quer falar que uma pessoa é especial,
Mas fica à espera da data ideal,
É como se, para viver o presente,
Precisasse esperar o Natal.

A saudade não morre de velha,
Mas se mata num dia: hoje.
Não quero ter que descobrir uma doença rara
Para só então me curar da monotonia.

Só por hoje vou tomar uma atitude,
Me tornar uma pessoa melhor,
Seja lá o que isso signifique.
Me livrar do peso de anos
Admitindo um erro, problema,
Pedindo desculpa, pedindo ajuda,
Ou ajudando a mim mesmo,
Trocando a mania de dizer sim sem vontade
Pela sinceridade.

Quem vive à espera de um final feliz
Adia a felicidade que sempre quis.
O agora é assim: ser feliz, e fim.

Essa consciência
Nos traz de volta pra casa,
Porque, às vezes, é a urgência
Que nos consome e nos atrasa.

Já temi correr o risco
De morrer de velho
Sem ter vivido o bastante,
Mas entendi que a vida
Não é depois nem foi antes.

A vida não dura para sempre, é durante.
Quem tem apenas um instante
Para mudar uma vida inteira
Já tem tempo bastante.

É preciso dizer “Chega!”
Para chegar ao dia de hoje
Deixando, a cada passo, o passado,
Pois quem passa a vida planejando
Não tem tempo de viver os planos.

A gente só precisa lembrar disto agora
E não esquecer amanhã:
Vamos viver só por hoje
Para que seja por muitos anos.

Allan Dias Castro, A monja e o poeta, Monja Coen