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Christovam de Chevalider

Christovam de Chevalider

Christovam de Chevalier – Paisagem noturna

Christovam de Chevalider

Os homens na noite
rumam ao relento.
Nas costas o açoite
do rugir do tempo.

Caminham pela noite
arrastados pelo vento.
Camuflam o desgaste
de rumarem a esmo.

Corre noite, gazela
lépida, afoita, faceira
Inteira na sua mazela
de dar-se a si rameira.

Os homens e a noite
num só escuro intenso
estão entregues à sorte
e estão ali por inteiro.

No baticum da boite
todos trocam olhares
misturam-se na noite
sons, salivas e suores.

ACorre a noite, cadela
trôpega, trapaceira…
Os que ficaram de vela
pedem no bar a saideira

Christovam de Chevalier, Inventário de esperanças

Christovam de Chevalider

Christovam de Chevalider – Medo

Christovam de Chevalider

Meu medo não é o vírus
que pode me tirar o ar.
Temo pelo desconhecido
medo maior que o do mar.

Meu medo, repito, não é o vírus
que pode de tudo me afastar.
Meu medo é perder teu sorriso
esse jeito tão teu de me olhar.

Meu medo, já disse, não é o vírus
ainda que ele possa me matar.
Medo maior é o desvario
de um dia não mais te encontrar.

Christovam de Chevalider, Inventário de esperanças e outros poemas