Vladímir Maiakóvski

Vladímir Maiakóvski – Clamo

Vladimir Maiakovski
image_pdfimage_print

Levantei-o como um atleta,
levei-o como um acrobata,
como se levam os candidatos ao comício,
como nas aldeias se toca a rebate
nos dias de incêndio.
Clamava:
“Aqui está, aqui! Tomai-o!”
Quando este corpanzil se punha a uivar,
as donas
disparando
pelo pó, pelo barro ou pela neve,
como um foguete fugiam de mim.
— “Para nós, algo um tanto menor,
algo assim como um tango…
Não posso levá-lo
e carrego meu fardo.
Quero arremessá-lo fora
e sei, não o farei.
Os arcos de minhas costelas não resistem.
Sob a pressão
range a caixa torácica.

Vladimir Maiakovski, Antologia poética

Você gostou deste poema?

Você Pode Gostar Também

Sem comentários

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.