O prazer te foi duro, mais fácil é o mal
Deixa-o vir à luz do dia.
À musa funesta já não se faz madrigal;
Vais e o anjo fica — à revelia —
Teu lenço conhece o pus, e teu lençol o fel;
Canta, mas deixa essa mania
De sair à rua estendendo teu chapéu,
Por vinténs de amor ou ironia.
Agora dorme: eis o sono que liberta;
Com tua agonia a Morte brinca esperta,
Como o gato magro e o rato;
Sorrateira, a pata te lança ou te deita.
E o velho paroxismo ainda te deleita:
Torce a boca, escuma… e seja grato.
Tristan Corbière, Os amores amarelos
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