Mario Quintana

Mario Quintana – Tempestade Noturno

mario quintana
image_pdfimage_print

Noite alta,
na soçobrante Nau exposta aos quatro ventos,
em pleno céu sulcado de relâmpagos,
os marinheiros mortos trovejam palavrões.

Ó velhos marinheiros meus avós…
Para eles ainda não terminou a espantosa Era dos 
Descobrimentos!
Santa Bárbara
e São Jerônimo,
transidos de divino amor,
escutam suas pragas como orações.

Quando eu acordar amanhã, livre e liberto como uma asa
vou rezar a São Jerônimo
vou rezar a Santa Bárbara
por este nosso fim de século pobre Nau perdida no
nevoeiro
que em vão busca o rumo
das eternas, das misteriosas Américas ainda por descobrir

Mario Quintana, Bau de Espantos

Você gostou deste poema?

Você Pode Gostar Também

Sem comentários

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.