Que mão se enfia entre minhas raízes,
que paixão me esventra o coração?
Abro caminho na liberdade de uma folha,
e escrevo lentamente a palavra secreta.
E ela,
preguiçosamente, abre-me os braços
esquiva donzela ou feio palhaço.
Uma palavra apenas, no mistério maior
de uma página intacta, ou no emaranhado dos traços:
o nome que não posso pronunciar sem medo,
enquanto invento outros, que resumem
a verdade da vida na mentira que assino.
Lya Luft, Secreta mirada
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