Pra onde vão os seus olhos, pra que pontos de fuga,
ariscos galopes em savanas africanas?
Pra onde escorre esse rio sem leito, incontido,
por que grotas se infiltra, rolando entre seixos?
Pra que estranhos planetas seus olhos viajam
de inabitáveis mundos, inóspitas paisagens?
Em que profundos universos abissais
nadam fosforescentes enguias submarinas?
Como escapam, mercúrio, dos dedos fugindo…
Segredos ou medos por trás das cortinas
preservam cativos sentimentos despidos.
Saltitam seus olhos por sobre reticências…
não param no ponto onde habitam meus olhos,
meninos aflitos rompendo distâncias…
Lena Jesus Ponte, O Corpo da Poesia
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