Lembro-me de você
não como era,
de como o momento a pintava:
no esboço da memória inacabada
sempre presente
mesmo no instante ausente
no ideal que me faltava
Lembro-me do meu traço
que lhe acariciava
e criava
para que eu pudesse me esquecer
de um dia poder perder
sua imagem fabricada
Lembro-me sempre agora
de refazer seu desenho
em todos os amanhãs
para que o esquecimento
se esqueça de si
a todo momento
e não resista
à sua presença
eternamente recriada.
Adrilles Jorge, Antijogo
Sem comentários