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Tudo é Poema

  • bruna beber
    Bruna Beber 01/02/2021

    Bruna Beber – 3

    Não deu meio-dia e cabe mais medo na cabeça que panela em cima da mesa E esse barulho é chuveiro quente ou fritura? São…

  • Charles Baudelaire
    Charles Baudelaire 01/02/2021

    Charles Baudelaire – Ao leitor

    O disparate, o erro, o pecado, a cobiça Desgastam nosso corpo e ocupam nossa mente, E alimentamos nosso remorso indulgente, Como o mendigo à…

  • Anna Akhmátova
    Anna Akhmátova 01/02/2021

    Anna Akhmátova – Foi na lua nova que ele me abandonou

    Foi na lua nova que ele me abandonou, o meu amigo querido. E daí? Ele brincava: “Equilibrista, como hás de viver até o mês…

  • álvares de azevedo
    Alvares de Azevedo 31/01/2021

    Álvares de Azevedo – Soneto

    Pálida, à luz da lâmpada sombria, Sobre o leito de flores reclinada, Como a lua por noite embalsamada, Entre as nuvens do amor ela…

  • Alice Sant ́Anna
    Alice Sant ́Anna 31/01/2021

    Alice Sant ́Anna – O postal que Clara me alcançou

    quando os helicópteros rondavam o prédio duas da manhã e todos dormiam apenas o zumbir das hélices festejava a chegada do céu iluminado de…

  • alberto da cunha melo
    Alberto da Cunha Melo 31/01/2021

    Alberto da Cunha Melo – Plataforma

    Algum amigo, talvez o único, aconselhará o combate: mude de amigo se não pode mais, nunca mais, mudar de vida. Da amada nem se…

  • joao cabral de melo neto
    João Cabral de Melo Neto 31/01/2021

    João Cabral de Melo Neto – A fábrica de tabacos

    Lá trabalharam as cigarreiras, quase nuas pelo calor, discutindo, freiras despidas, teologias de um certo amor. Enquanto enrolavam cigarros, se trocavam jaculatórias, com palavras…

  • Hilda Hilst
    Hilda Hilst 28/01/2021

    Hilda Hilst – Exercício nº 1

    Se permitires Traço nesta lousa O que em mim se faz E não repousa: Uma Ideia de Deus. Clara como Cousa Se sobrepondo A…

  • mario quintana
    Mario Quintana 28/01/2021

    Mario Quintana – Dentro da noite alguém cantou

    Dentro da noite alguém cantou. Abri minhas pupilas assustadas De ave noturna… E as minhas mãos, pelas paradas, Não sei que frêmito as agitou!…

  • Ferreira Gullar
    Ferreira Gullar 28/01/2021

    Ferreira Gullar – Poema obsceno

    Façam a festa cantem dancem que eu faço o poema duro o poema-murro sujo como a miséria brasileira Não se detenham: façam a festa…

  • flora figueiredo
    Flora Figueiredo 28/01/2021

    Flora Figueiredo – A fila

    O primeiro chegou cedo porque tinha medo de perder a frente; o segundo resmunga furibundo por encontrar alguém mais eficiente; o terceiro acha injusto…

  • paulo leminski
    Paulo Leminski 26/01/2021

    Paulo Leminski – Segundo consta

    O mundo acabando, podem ficar tranquilos. Acaba voltando tudo aquilo. Reconstruam tudo segundo a planta dos meus versos. Vento, eu disse como. Nuvem, eu…

  • António Ramos Rosa
    António Ramos Rosa 25/01/2021

    António Ramos Rosa – Não posso adiar o amor para outro século

    Não posso adiar o amor para outro século não posso ainda que o grito sufoque na garganta ainda que o ódio estale e crepite…

  • pablo neruda
    Pablo Neruda 24/01/2021

    Pablo Neruda – Ressurreições

    Amiga, é teu beijo quem canta como um sino na água da catedral submergida por cujas janelas entravam os peixes sem olhos, as algas…

  • noémia de sousa
    Noémia de Sousa 24/01/2021

    Noémia de Sousa – Nossa voz

    Nossa voz ergueu-se consciente e bárbara sobre o branco egoísmo dos homens sobre a indiferença assassina de todos. Nossa voz molhada das cacimbadas do…

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