Ele ria da cintura para cima. Abaixo da cintura, atrás, sua mão furtiva inspecionava na roupa Na frente e sobretudo no rosto, ele ria,…
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Ferreira Gullar 19/04/2018
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Mario Quintana 18/04/2018
Mario Quintana – O autorretrato
No retrato que me faço — traço a traço — Às vezes me pinto nuvem, Às vezes me pinto árvore… Às vezes me pinto…
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À tarde, o cavalinho branco está muito cansado: mas há um pedacinho do campo onde é sempre feriado. O cavalo sacode a crina loura…
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I Ao sentir nos pássaros tanta liberdade e aéreo poder, imagina um pássaro superior a todos e tão invisível que seu voo deixe sensação…
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Os pés passavam, estiveram e permaneciam por todo sempre, em sua perssistência de se afastar das coisas. O corpo como se apenas restasse o…
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Eu sei, rapaz, confesso Que estava errado ontem E você, certo. Mas você não estava certo De que eu estava errado. Eu, desde o…
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I Tu és a antecipação do último filme que assistirei. Fazes calar os astros, os rádios e as multidões na praça pública. Eu te…
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Desde pequena, a poesia escolheu meu coração. Através de sua inconfundível mão, colheu-o e o fez se certificando da oportunidade e da profundeza da…
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Ela veio bater à minha porta e falou-me, a sorrir, subindo a escada: “Bom dia, árvore velha e desfolhada!” E eu respondi: “Bom dia,…
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Ferreira Gullar 13/04/2018
Ferreira Gullar – Não coisa
O que o poeta quer dizer no discurso não cabe e se o diz é pra saber o que ainda não sabe. Uma fruta…
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Patativa do Assaré 12/04/2018
Patativa do Assaré – Nanã
É triste a flor que desabrocha sem carinho E sem carícia do sereno da manhã… Assim nasceu, lá no sertão, minha Nanã, Sem uma…
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Tudo ama! As estrelas no azul, os insetos na lama, a luz, a treva, o céu, a terra, tudo, num tumultuoso amor, num amor…
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Mário de Andrade 12/04/2018
Mário de Andrade – Mãe
Existirem mães, Isso é um caso sério. Afirmam que a mãe Atrapalha tudo, É fato, ela prende Os erros da gente, E era bem…
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Adélia Prado 11/04/2018
Adélia Prado – Leitura
Era um quintal ensombrado, murado alto de pedras. As macieiras tinham maçãs temporãs, a casca vermelha de escuríssimo vinho, o gosto caprichado das coisas…
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Alberto Caeiro Fernando Pessoa 11/04/2018
Alberto Caeiro – II
O meu olhar é nítido como um girassol. Tenho o costume de andar pelas estradas Olhando para a direita e para a esquerda, E…














