Livre não sou, que nem a própria vida Mo consente. Mas a minha aguerrida Teimosia É quebrar dia a dia Um grilhão da corrente. …
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Miguel Torga 18/03/2019
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Florbela Espanca 18/03/2019
Florbela Espanca – Horas rubras
Horas profundas, lentas e caladas Feitas de beijos rubros e ardentes, De noites de volúpia, noites quentes Onde há risos de virgens desmaiadas… Oiço…
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Eu vi o raio de sol beijar o outono. Eu vi na mão dos adeuses o anel de ouro. Não quero dizer o dia. …
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Bruno Tolentino 16/03/2019
Bruno Tolentino – O pavão
Por lá o Outono chega anunciado pelos gritos agudos do pavão dilacerando o ar; é só então que se percebe o dardo vindo da…
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Bráulio Bessa 16/03/2019
Bráulio Bessa – Medo
Que o medo de chorar não lhe impeça de sorrir. Que o medo de não chegar não lhe impeça de seguir. Que o medo…
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Bruna Beber 16/03/2019
Bruna Beber – 2
Plantei uma goiabeira dentro do banheiro e a cigarra veio morar comigo Desde então tomo banho de óculos, uma sensação de melancolia molhada que…
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Adélia Prado 16/03/2019
Adélia Prado – O alfabeto no parque
Eu sei escrever. Escrevo cartas, bilhetes, lista de compras, composição escolar narrando o belo passeio à fazenda de vovó que nunca existiu porque ela…
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Único homem acordado nesta noite, o apartamento apertado parece imenso; vagueio desacordado de tudo e sobretudo em desacordo comigo, único homem acordado no mundo;…
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quando os helicópteros rondavam o prédio duas da manhã e todos dormiam apenas o zumbir das hélices festejava a chegada do céu iluminado de…
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Antes quis ser normal. Como todo mundo, quis ser todo mundo. Até a estupidez alheia me era santa, por ser raiz dessa felicidade besta…
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Você pensa que pensa ou sou eu quem pensa que você pensa? Você pensa o que eu penso ou eu é que penso o…
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Cora Coralina 12/03/2019
Cora Coralina – A catedral de Goiás
Levantam-se, postas duas mãos pequenas de mulher… É só o que se vê. O mais, a face, o nome A modéstia esconde. Levantam-se juntas…
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Um isqueiro amarelo um pouco de areia moedas brilhantes teu nome anotado num papel dobrado minha praia de bolso um isqueiro amarelo um pouco…
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Queria uma cidade abandonada para achar coisas nas casas, objetos de ferro, um quadro interessantíssimo na parede, esquecidos na pressa. Mas, sem guerra aparente…
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Bruno Tolentino 11/03/2019
Bruno Tolentino – Um prelúdio
Amadureci aos poucos, cresci muito devagar como os álamos e os loucos e acabei indo morar na Casa dos Homens Ocos, um charco pardo…