Florbela Espanca

Florbela Espanca – As minhas ilusões

Hora sagrada dum entardecer
De Outono, à beira mar, cor de safira.
Soa no ar uma invisível lira…
O sol é um doente a enlanguescer…

A vaga estende os braços a suster,
Numa dor de revolta cheia de ira,
A doirada cabeça que delira
Num último suspiro, a estremecer!

O sol morreu… e veste luto o mar…
E eu vejo a urna de oiro, a baloiçar,
À flor das ondas, num lençol de espuma!

As minhas Ilusões, doce tesoiro,
Também as vi levar em urna de oiro,
No Mar da Vida, assim… uma por uma…


Florbela Espanca, Mestres da Poesia – Florbela Espanca

Tudo é Poema

Publicado por
Tudo é Poema

Poemas Recentes

Pablo Neruda – Ausência

Ainda há pouco… Leia Mais

2 dias atrás

Margaret Atwood – Ah, crianças

Ah, crianças, vocês… Leia Mais

2 dias atrás

Jorge Luis Borges – O labirinto

Nem Zeus desataria… Leia Mais

3 dias atrás