Cruz e Souza

Cruz e Souza – Após o noivado

Em flácido divã ela resvala
Na alcova – bem feliz, alegremente,
E o fresco penteador alvinitente,
De nardo e benjoim o aroma exala.

E o noivo todo amor, assim lhe fala,
Por entre vibrações do olhar ardente:
Pertences-me afinal, pomba dormente
Parece que a razão de gozo, estala.

Mas eis – corre-se então nívea cortina:
E a plácida, a ideal, a branca lua
Derrama nos vergéis a luz divina…

Depois… Oh! Musa audaz, ousada, e nua,
Não rompas esse véu de gaze fina
Que encerra um madrigal – Vamos… recua!…

Cruz e Souza, O Livro Derradeiro

Tudo é Poema

Publicado por
Tudo é Poema

Poemas Recentes

Jorge Luis Borges – O labirinto

Nem Zeus desataria… Leia Mais

10 horas atrás

Paul Auster – Canção dos graus

Nos terrenos baldios… Leia Mais

1 semana atrás