Adélia Prado

Adélia Prado – Janela

Janela, palavra linda.
Janela é o bater das asas da borboleta amarela.
Abre pra fora as duas folhas de madeira à toa pintada,
janela jeca, de azul.
Eu pulo você pra dentro e pra fora, monto a cavalo em
você,
meu pé esbarra no chão.
Janela sobre o mundo aberta, por onde vi
o casamento da Anita esperando neném, a mãe
do Pedro Cisterna urinando na chuva, por onde vi
meu bem chegar de bicicleta e dizer a meu pai:
minhas intenções com sua filha são as melhores possíveis.
Ô janela com tramela, brincadeira de ladrão,
claraboia na minha alma,
olho no meu coração.

 

Adélia Prado, Poesia reunida

Tudo é Poema

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  • Pois nos faz recordar das janelas com tramelas, Cisternas, as brincadeiras de pegá ladrão brinquei demais. É é tão bom olhar pelo coração. Amei

    • Gostei muito do texto. Me remeteu à infância... Realidade e fantasia.

  • Ah a janela! Sei bem como é. Foi dela que um dia caíe quebrei o meu pé.

    • Que delícia de poema!
      Fazia tempo que não ouvia falar em tramela. Quantas brincadeiras na chácara dos meus avós.
      Janelas...janelas...janelas da alma.

    • Amei o poema! Da janela que observo as estrelas e a Lua que amo tanto.

  • Adorei o poema,as crianças também adoram poemas,poesias quando também vêem a ilustração dos poemas e poesias.

  • Lindo, acordar com poema é muito bom, obrigado ♥️

    • Muito bom esse poema de Adélia Prado. Remonta muitas lembranças felizes!

  • O poema traz inspiração por quem faz, e conhecimento para quem lê.

  • Belo poema para começar um belo dia! Ser criança é entrar em um mundo de magia e faz de conta.

  • Que delícia de poema!
    Fazia tempo que não ouvia falar em tramela. Quantas brincadeiras na chácara dos meus avós.
    Janelas...janelas...janelas da alma.

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