O obsedante amor
ensanguentado de um choro
facão de solstícios
Ah ! juventude extraviada
nos quincunces
de verdades de cadáveres
O obsedante amor
hostil a toda rendição
e a todo comprometimento
poteau-mitan28 de três séculos
patinados rejeitados abusados
e as multidões da invocação
marulhos informes
no cruzamento de seus olhos
desfilam assim estrelas sem órbita
Sobre os contrafortes de espinhos
Ah… este obsedante amor
Na boca não se cansa
E o coração não se libera
motim da Legenda
tornada louca de decretos
por ele sou e até a morte
com toda alegria Fora da lei
há assassinos demais que passeiam
nas bíblias
é melhor cavalgar
um cachorro
que abraçar um “político”
por que não deixar aos macacos
os parlamentos e as tribunas
eles ocupariam melhor o lugar!
Oh este obsedante amor
catacumbas de sol
a opressão é legítima
tu ris e não me abraças
passas e não me afagas
Oh este obsedante amor
e por ele sou até a Vida
com toda alegria excomungada.
Élie Stéphenson, Catacumbas de sol – Tradução, Dennys Silva-Reis