Cruz e Souza

Cruz e Sousa – Livre

Livre! Ser livre da matéria escrava,
arrancar os grilhões que nos flagelam
e livre penetrar nos Dons que selam
a alma e lhe emprestam toda a etérea lava.

Livre da humana, da terrestre bava
dos corações daninhos que regelam,
quando os nossos sentidos se rebelam
contra a Infâmia bifronte que deprava.

Livre! bem livre para andar mais puro,
mais junto à Natureza e mais seguro
do seu Amor, de todas as justiças.

Livre! para sentir a Natureza,
para gozar, na universal Grandeza,
Fecundas e arcangélicas preguiças.


Cruz e Sousa, Últimos Sonetos

Tudo é Poema

Publicado por
Tudo é Poema

Poemas Recentes

Jorge Luis Borges – O labirinto

Nem Zeus desataria… Leia Mais

22 horas atrás

Paul Auster – Canção dos graus

Nos terrenos baldios… Leia Mais

1 semana atrás