Christovam de Chevalider

Christovam de Chevalier – Paisagem noturna

Os homens na noite
rumam ao relento.
Nas costas o açoite
do rugir do tempo.

Caminham pela noite
arrastados pelo vento.
Camuflam o desgaste
de rumarem a esmo.

Corre noite, gazela
lépida, afoita, faceira
Inteira na sua mazela
de dar-se a si rameira.

Os homens e a noite
num só escuro intenso
estão entregues à sorte
e estão ali por inteiro.

No baticum da boite
todos trocam olhares
misturam-se na noite
sons, salivas e suores.

ACorre a noite, cadela
trôpega, trapaceira…
Os que ficaram de vela
pedem no bar a saideira

Christovam de Chevalier, Inventário de esperanças

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