Caio Meira

Caio Meira – I

Minha vida, a partir desse ponto, se torna
tão tênue quanto o fio da minha espada.
Essa sentença, apesar de não ser prévia,
não poderá ser postergada: ato derradeiro, do
qual não há retrocesso. Nem avanço. Se minha
casa passa a ser meu passo, se sou um ou se
somos, se tiver de vender minha mulher
para o bordel mais próximo, se não puder mais
cultivar amigos ou desafetos, terei que ter apenas
o cuidado de não dormir duas vezes no mesmo
lugar. Esse código, jamais escrito, que não pode
nem mesmo ser pronunciado, está doravante
gravado nas fibras do meu corpo.

 

Caio Meira, Romance

Tudo é Poema

Publicado por
Tudo é Poema

Poemas Recentes