Suzana Vargas

Suzana Vargas – Canção

O vento que colho
é o mesmo
que varou um tempo morto.

Tempo implacável arguto
que foge
pelos meus medos.

A quantas de minha história
não acenou
como agora?

Com quem esse mesmo outono
não celebrou
o seu corpo?

Braços e olhos
colhidos
pelo vento, esse inimigo.

lábios e peles
molhados
e pela aragem secados.

A quem o tempo implacável
quis desafiar
com o vento?

E quem colheu
como eu
o outono que se escondeu?

Suzana Vargas, Sombras chinesas

Tudo é Poema

Publicado por
Tudo é Poema

Poemas Recentes

Pablo Neruda – Ausência

Ainda há pouco… Leia Mais

5 dias atrás

Margaret Atwood – Ah, crianças

Ah, crianças, vocês… Leia Mais

5 dias atrás

Jorge Luis Borges – O labirinto

Nem Zeus desataria… Leia Mais

6 dias atrás