Philip Larkin

Philip Larkin – Esquecer o que

Parar o diário
Foi aturdir a memória,
Foi um começo em branco,

Começo que já não cicatriza
Com tais palavras, tais acções,
Que tornaram inóspito o acordar.

Queria-as terminadas,
Despachadas para enterro
E rememoradas

Como as guerras e os invernos
Que faltavam para lá das janelas
De uma infância opaca.

E as páginas vazias?
Se vierem a preencher-se,
Que seja com a observação

De recorrências celestes,
O dia em que vêm as flores,
E quando partem as aves.


Philip Larkin, Janelas Altas

Tudo é Poema

Publicado por
Tudo é Poema

Poemas Recentes

Pablo Neruda – Ausência

Ainda há pouco… Leia Mais

5 dias atrás

Margaret Atwood – Ah, crianças

Ah, crianças, vocês… Leia Mais

5 dias atrás

Jorge Luis Borges – O labirinto

Nem Zeus desataria… Leia Mais

6 dias atrás