Ariano Suassuna

Ariano Suassuna – A infância

Sem lei nem Rei, me vi arremessado
bem menino a um Planalto pedregoso.
Cambaleando, cego, ao Sol do Acaso,
vi o mundo rugir. Tigre maldoso.

O cantar do Sertão, Rifle apontado,
vinha malhar seu Corpo furioso.
Era o Canto demente, sufocado,
rugido nos Caminhos sem repouso.

E veio o Sonho: e foi despedaçado!
E veio o Sangue: o marco iluminado,
a luta extraviada e a minha grei!

Tudo apontava o Sol! Fiquei embaixo,
na Cadeia que estive e em que me acho,
a Sonhar e a cantar, sem lei nem Rei!

Ariano Suassuna, Poemas

Tudo é Poema

Publicado por
Tudo é Poema
  • Poemas Recentes

    Pablo Neruda – Ausência

    Ainda há pouco… Leia Mais

    4 dias atrás

    Margaret Atwood – Ah, crianças

    Ah, crianças, vocês… Leia Mais

    4 dias atrás

    Jorge Luis Borges – O labirinto

    Nem Zeus desataria… Leia Mais

    5 dias atrás