António Mendes Cardoso

António Mendes Cardoso – Árvore de frutos

Cheiras ao caju da minha infância
e tens a cor do barro vermelho molhado
de antigamente;
há sabor a manga a escorrer-te na boca
e dureza de maboque a saltar-te nos seios.

Misturo-te com a terra vermelha
e com as noites
de histórias antigas
ouvidas há muito.

No teu corpo
sons antigos dos batuques à minha porta,
com que me provocas,
enchem-me o cérebro de fogo incontido.

Amor, és o sonho feito carne
do meu bairro antigo do musseque!

António Mendes Cardoso, No reino de Caliban

Tudo é Poema

Publicado por
Tudo é Poema

Poemas Recentes

Pablo Neruda – Ausência

Ainda há pouco… Leia Mais

5 dias atrás

Margaret Atwood – Ah, crianças

Ah, crianças, vocês… Leia Mais

5 dias atrás

Jorge Luis Borges – O labirinto

Nem Zeus desataria… Leia Mais

6 dias atrás