Isabela Escher – Mágoas brancas

Essas contas pequenas e alvas
que encontrei em meio à vida
envolvem a mim mesma
como uma roda dentada e inofensiva.

Essas contas mordem pungentes.
Parecem desvanecidas,
mas aguilhoam não só a minha alma
como também quem dela se aproxima.

Escondo-as de mim própria,
e sempre as reencontro,
eu as revivo na realidade e no sonho.

Hoje essas mágoas brancas
estão na pulseira da mão que escreve
entre mil outras contas encontradas e perdidas.

Isabela Escher, 15 Poemas – Vol. III